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Audiência pública discute ações afirmativas do IFPA em Bragança

Debate na Câmara teve participação de entidades. Novo encontro está marcado para a próxima quarta-feira, 27

  • Publicado: Quarta, 20 de Abril de 2022, 16h22
  • Última atualização em Quinta, 28 de Abril de 2022, 19h56
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O IFPA campus Bragança promoveu uma audiência pública para debater com a sociedade as ações afirmativas de seus processos seletivos. A audiência foi realizada na manhã desta quarta-feira (20), no auditório da Câmara Municipal de Bragança.

O debate mobilizou representantes de entidades civis, alunos, professores e técnicos do IFPA campus Bragança. Além das ações afirmativas, foram tratados temas como a dificuldade de acesso por transporte público ao Campus Bragança, sobretudo entre agricultores e pescadores; a comunicação do IFPA com as comunidades do campo; o enfrentamento à LGBTfobia e a acolhida à comunidade LGBTQIA+; cotas raciais, a questão do colorismo e dos processos de aferição para candidatos declarados negro.

Durante a audiência, o professor e artista cênico Pedro Olaia falou sobre a necessidade de ações afirmativas direcionadas para a comunidade LGBTQIA+ de Bragança, sobretudo os transgênero. "É fundamental garantir acesso para os transgênero, mas também pensar na assistência social e psicológica para homens trans, mulheres trans e travestis, além de instruir professores e alunos para receberem todos com dignidade dentro da instituição”, destacou Pedro Olaia.

Odalice Aviz, presidente do Sindicatos dos Pescadores da Vila Quiera, falou sobre a dificuldade de ingresso ao ensino público pelos pescadores e filhos de pescadores. "Precisamos de cotas paras pescadores, pescadoras e nossos filhos. Muitos param de estudar no Ensino Médio por falta de oportunidade e de informação. Para além do ensino médio, que seja feito um trabalho para abrir oportunidades para a educação superior para meu povo, que o IFPA converse com um público maior da comunidade”, disse Odalice.

Graça Ramos, professora, mãe e aluna do curso de Educação do Campo, demandou sobre o espaço da mulher agricultora e dos filhos de agricultores dentro do ensino superior e profissionalizante. "Nós, mulheres agricultoras, sabemos que não é fácil ser mãe, trabalhadora e estudante. Nossos filhos às vezes só trabalham e não estudam, as escolas e universidades precisam se adequar a nossa realidade."

Avanço - O diretor-geral do IFPA campus Bragança, professor Danilo Cunha, falou sobre a importância das ações afirmativas para garantir o acesso de grupos historicamente apartados da educação pública e de qualidade e sobre medidas para a permanência dos mesmos: “Este 2022 foi o ano que o IFPA mais registrou a entrada de alunos das comunidades das zonas rurais. Umas das maiores dificuldades para a permanência desses estudantes é a questão do transporte até a instituição. Precisamos de apoio do poder público para viabilizar a locomoção diária da comunidade estudantil entre as vilas e o IFPA."

Os vereadores presentes na audiência, José Maria dos Santos Silva (PSD), Irene Farias (PR) e Charles Williams Oliveira (PSDB), se dispuseram a articular um diálogo sobre o transporte escolar junto à Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Educação de Bragança, reconhecendo a importância do acesso ao ensino técnico e acadêmico do IFPA.

O que são ações afirmativas?
Criadas para ampliar o acesso e promover a inclusão de populações historicamente privadas de oportunidades, as ações afirmativas abrem as portas do IFPA para todos.
Grupos sociais que  sofrem discriminações étnicas, raciais, de gênero ou em condições de vulnerabilidade social, ou ainda grupos que têm dificuldade de acessar o ensino regular e superior estão no foco destas ações.

Ao longo dos anos, o IFPA em Bragança implementou políticas afirmativas para incluir em seus cursos usuários das reservas extrativistas, pessoas ligadas a movimentos sociais, indígenas, pescadores, agricultores, além de garantir a reserva de vagas pelos sistemas de cotas raciais e a estudantes de escolas públicas.

Propostas apresentadas vão nortear seletivo
Arthur Boscariol, diretor do Departamento de Ensino do IFPA campus Bragança, afirma que as propostas de ações afirmativas debatidas durante a audiência, depois de analisadas pelas comissão responsável, já estarão presentes no Processo Seletivo 2022.2 do IFPA campus Bragança, previsto para o segundo semestre.

Para o técnico em assuntos educacionais Robson Feitosa, a audiência é um momento de diálogo e diagnóstico com a sociedade sobre quais grupos têm e que não têm acesso a instituição de ensino através de nossos processo seletivos. Robson propôs um novo encontro dos membros e líderes comunitários com os representantes de turma do IFPA, para proposições finais sobre o percentual de vagas das ações afirmativas.

A segunda audiência pública sobre as ações afirmativas será na próxima quarta-feira (27), a partir das 9h, no auditório do IFPA campus Bragança. Um ônibus estará disponível para o transporte gratuito até o IFPA, às 8h30, na Praça da Bandeira, com retorno às 12h. Participe!

RESUMO DAS PROPOSTAS INICIAIS
Percentual para reserva de vagas definido durante a 1ª audiência pública
Pescadores e filhos de pescadores – 15%
Pessoas transgêneros –10%
Quilombolas – 10%
Extrativistas – a definir
Agricultores e filhos de agricultores – 15%
Mulheres, trabalhadoras urbanas e agricultoras – 15%

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